08 fevereiro 2007

Gérson Caçapa

Nome: Gérson Cândido de Paula
Data de nascimento: 1º./06/1967
Clubes que defendeu: Palmeiras, Bari(ITA), Fenerbahçe(TUR), Istanbulspor(TUR), Lecce(ITA), Atlético Paranaense e União São João.


Futebol de Ontem - Como surgiu o apelido ‘Caçapa’?
Gérson – Quando eu fui fazer um teste nas categorias inferiores do Palmeiras, o treinador Etore Marchetti falou que o meu jeito era muito parecido com o do Caçapava, que jogava na época no Internacional. Nós dois éramos volantes, tínhamos as mesmas características. Um dia, o Sr. Etore me disse: “Caçapava já tem um. Vou te chamar de Caçapa”. Aí o apelido pegou.


Futebol de Ontem - Você foi o jogador que mais atuou pelo Palmeiras quando o Ênio Andrade foi o técnico. Quais as lembranças que você tem dele?
Gérson – As melhores possíveis. O Sr. Ênio sempre foi uma pessoa íntegra, que me ajudou muito. Ele também ajudou outros jogadores, como o Edu Manga e o Denys. Nós três éramos novos e estávamos surgindo. Só tenho que falar coisas boas do Sr. Ênio. Uma pessoa excepcional e muito boa. No dia-a-dia, era uma pessoa amiga. Quando tinha que dar uma ‘dura’, dava na hora certa. Foi um dos melhores treinadores que eu tive. Graças a Deus, eu tive a oportunidade de ser treinado por ele.


Futebol de Ontem - Seu auge no Palmeiras foi a final do Campeonato Paulista de 1986, quando a Internacional de Limeira ficou com o título. Você recebeu alguma orientação especial do técnico Carbone antes da última partida?
Gérson – A expectativa era das melhores para aquele jogo. O Carbone me orientou para que eu jogasse tranqüilo e fizesse o que eu sabia, que era jogar com muita força e com simplicidade. Eu estava muito tranqüilo e com vontade de ganhar. Infelizmente, não pudemos ganhar. Só fomos comemorar em 1993, quando o Palmeiras foi campeão.


Futebol de Ontem - No começo de julho de 1989, você disputou sua última partida pelo Palmeiras e se transferiu para o Bari, que havia acabado de subir à primeira divisão italiana. Você não ficou preocupado em mudar para essa equipe?
Gérson – Um pouco de temor, sim. Mas sempre com aquela vontade, com aquela ansiedade de um garoto de apenas 20 anos, que se transferia para uma equipe profissional da Itália. Para mim, foi uma oportunidade muito boa. Graças a Deus, eu sempre tive boa cabeça e fui bem instruído pelos profissionais que estavam no Palmeiras, como o Sr. Márcio Papa e o Sr. Nicola Racciopi. Todo mundo ali me ajudou muito. Ficou fácil. No Bari, encontrei outra família. Os jogadores eram excepcionais. Até hoje tenho contato com as pessoas da cidade, onde minha filha nasceu. Foi coisa de Deus, que me abençoou.


Futebol de Ontem - Durante sua passagem pela Itália, você sofreu com o racismo?
Gérson – Por incrível que pareça, não. Graças a Deus, nunca sofri com isso. O Gullit teve problema quando jogava no Milan.


Futebol de Ontem - Em 1998, você ajudou o Atlético Paranaense a conquistar o título estadual. Isso não acontecia desde 1990. Este é o momento da sua carreira que você guarda com mais carinho?
Gérson – Posso dizer que sim, mas tive outros momentos bons no próprio Palmeiras e na Itália. No Atlético, tive uma outra família. O Abel Braga, que é uma pessoa excepcional, foi meu treinador. Devo muito a ele. É uma pessoa fantástica, é ‘coração’. Dá dura na hora certa. Está com você para o que der e vier. Nossa equipe era muito boa. Tínhamos o Lucas, o Warley, o Reginaldo Cachorrão, que depois foi para o São Paulo, e o Edinho Baiano, que já havia atuado pelo Palmeiras. O grupo era muito bom. Tinha também o Cocito e o Gustavo, que agora está no Corinthians. Aconteceram muitas coisas boas lá.


Futebol de Ontem - No início dos anos 90, você atuou pelo Fenerbahçe. As semanas anteriores aos clássicos diante do Galatasaray eram diferentes das outras?
Gérson – Bastante. Não era fácil disputar aquele clássico. Felizmente, nunca perdi para o Galatasaray, que era uma equipe muito forte. Foram jogos fantásticos. Havia uma ansiedade muito grande.


Futebol de Ontem – O que você está fazendo atualmente?
Gérson – Eu estou empresariando jogadores e lutando também para ser treinador. Pretendo fazer estágios com alguns treinadores que trabalharam comigo, como o Leão. Daqui a pouco estou aí para ajudar algumas equipes.



Gérson e seus companheiros do Palmeiras, em maio de 1988.





Na Itália, vestindo a camisa do Bari.



Agradecimento: a Piero Caçapa, filho de Gérson.
Obs. 1: A foto em que aparecem os jogadores do Palmeiras foi retirada da revista Placar e a outra, do site
www.solobari.it .
Obs. 2: Após a entrevista, Gérson citou três pessoas importantes de sua vida: a esposa Mônica e os filhos Piero e Carolina.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caçapa foi ums dos volantes mais subestimados que jogaram no Brasil, talvez por ter jogado no Palmeiras numa época de poucos, ops, nenhum título.

15:37  
Anonymous Anónimo said...

Sinceramente um dos melhores volantes da epoca...
com um estilo marcador mostrava muita qualidade com a posse de bola tb,raridade hoje em dia.Agradava Muito

14:57  
Blogger RUBYA said...

rsrs... que legal ver meu tio ainda de "black"... rsrsrs... muito legal mesmo...

14:16  

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