23 fevereiro 2007

Rafael

Nome: Rafael Cammarota
Data de nascimento: 07/01/1953
Clubes que defendeu: Corinthians, Ponte Preta, Grêmio Maringá(PR), Atlético Paranaense, Coritiba, Sport, Fortaleza, São José(SP), Ferroviária, Santo André, Paulista e Brasil(RS).


Futebol de Ontem – Você tem uma escola de futebol, chamada São Rafael. Há muitos garotos que procuram ser goleiros?
Rafael – O que menos aparece lá é garoto querendo ser goleiro.


Futebol de Ontem – Sua estréia como profissional ocorreu em 1974, no Corinthians. Naquela época, um dos seus colegas de equipe era o Ado, goleiro campeão mundial em 1970. Existia alguma característica semelhante entre vocês? Você se lembra de algum conselho dele?
Rafael – Tínhamos várias características semelhantes. Batíamos na bola com o pé esquerdo, por exemplo. O Ado me ajudou bastante no Corinthians. Não só ele. O Tião e o Rivellino também. Sempre me deram bons conselhos. Hoje não vemos mais isso no futebol profissional. O garoto vai para o time principal achando que sabe tudo.


Futebol de Ontem – Ao contratá-lo em 1985, o presidente do Coritiba, Evangelino Costa Neves, disse que você era o melhor goleiro do Brasil. Você também achava isso?
Rafael – Ele diz isso até hoje. Fui eleito o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro de 1985 pela revista Placar. A Bola de Prata está na minha casa.


Futebol de Ontem – Em 1985, você conquistou o Campeonato Brasileiro, defendendo o ‘Coxa’. Na final, o seu time venceu o Bangu na disputa de pênaltis. O elenco do Coritiba havia se preparado bastante para as cobranças de pênalti?
Rafael – A gente estava preparado e treinado. Tínhamos um dos melhores treinadores do Brasil, que era o Ênio Andrade.


Futebol de Ontem – Na Copa Libertadores de 1986, o Coritiba disputou um jogo em Quito, contra o Deportivo Quito. A altitude da cidade é de 2900 metros. Você passou por dificuldade enquanto esteve lá?
Rafael – Não senti nada. No dia do jogo, o Gomes e o Heraldo sentiram falta de ar, mas nada que sufocasse.


Futebol de Ontem – No Coritiba, um dos técnicos que você teve foi o Leão, que também foi goleiro e também foi campeão do mundo em 1970. Foi fácil trabalhar com ele?
Rafael – Ele foi meu técnico no São José também. Gostei de trabalhar com ele. É um ótimo profissional.


Futebol de Ontem – Vários goleiros já foram ao ataque para ajudar a equipe quando o jogo está acabando. Isso aconteceu com você alguma vez?
Rafael – Eu não participava dos escanteios, mas batia pênalti e falta. Decidi um primeiro turno no Paraná, em 1986, cobrando um pênalti contra o Operário.


Futebol de Ontem – Você se machucou várias vezes. Isso se deve à falta de sorte ou ao seu estilo arrojado?
Rafael – Sempre tive sorte. Ela nunca me abandonou. Eu me machucava porque tinha muita garra, muito arrojo e muita disposição. Para mim, não havia jogada perdida.


Futebol de Ontem – Atualmente, você é técnico da União Barbarense, que está disputando o Campeonato Paulista da terceira divisão. Quais são os jogadores do time que estão se destacando mais?
Rafael – É um time de jovens. Por sinal, fui o responsável por ir atrás de todos eles. Na pré-temporada, a equipe se portou muito bem. No campeonato, ela está oscilando. Não por falta de futebol, mas por falta de experiência.


Futebol de Ontem – Que conselho você costuma dar aos goleiros da União Barbarense?
Rafael – Arrojo, segurança, vontade e determinação. O goleiro tem que ter tudo isso. Mas o goleiro tem que ter o dom. Dificilmente você faz um goleiro.



Rafael e seus companheiros do Coritiba, antes da final contra o Bangu, em 1985.


Atuando pelo Sport, Rafael foi vice-campeão da primeira Copa do Brasil da história.



Obs.: As fotos foram retiradas da revista Placar.

16 fevereiro 2007

Barbiéri

Nome: Luiz Carlos Barbieri
Data de nascimento: 18/06/1957
Clubes que defendeu: Chapecoense(SC), Joinville, Criciúma, Internacional, Guarani, Corinthians, Cruzeiro, Ituano, Araçatuba e Al-Nasr(EAU).


Futebol de Ontem - Você nasceu em Erechim, que é a cidade do Ypiranga. A última vez em que a equipe disputou a primeira divisão gaúcha foi em 1999. Qual a sua expectativa para este ano?
Barbiéri - As expectativas não são boas, porque o clube não está bem financeiramente.


Futebol de Ontem - No Campeonato Brasileiro de 1986, você foi vice-campeão, atuando pelo Guarani. Mas o último jogo que você disputou na competição aconteceu nas oitavas-de-final, contra o Vasco. Aliás, você marcou um gol nessa partida. Por que você não entrou mais em campo depois daquele dia?
Barbiéri - Fiz um gol a um minuto de partida e aos três levei uma pancada no joelho. Acabei ficando fora dos campos por nove meses.


Futebol de Ontem - As semanas anteriores aos clássicos entre Guarani e Ponte Preta eram diferentes das outras?
Barbiéri - Para mim, não.


Futebol de Ontem - Em 1989, você se transferiu para o Corinthians e participou da vitória de 1 a 0 contra o Palmeiras no Campeonato Brasileiro. Esse resultado impediu que o adversário se classificasse para a final. Podemos dizer que este foi o momento mais marcante de sua passagem pelo clube alvinegro?
Barbiéri – Foi. Com certeza me marcou muito. Tanto que ganhei um troféu, por ter sido o melhor em campo.


Futebol de Ontem - Naquela época, o presidente do Corinthians era Vicente Matheus. Qual era a relação dele com o elenco?
Barbiéri - Era um relacionamento muito profissional.


Futebol de Ontem - Quando você era jogador, já passava pela sua cabeça a idéia de se tornar técnico?
Barbiéri – Sim.


Futebol de Ontem - Você foi o técnico que levou o Criciúma ao título catarinense de 2005. Desde 1998 o ‘Tigre’ não era campeão estadual. Antes da conquista do título, você foi muito cobrado pela diretoria?
Barbiéri - Não, pois ela me dava todo o respaldo e visava um trabalho a longo prazo.


Futebol de Ontem - No ano seguinte, você foi campeão paranaense, comandando o Paraná. Você sente que seu trabalho está sendo reconhecido o quanto deveria atualmente?
Barbiéri – Não, pois existe uma máfia que comanda o futebol brasileiro. Isso realmente dificulta muito para que os novos técnicos tenham boas oportunidades de emprego.



Barbiéri nos tempos de Corinthians, junto com Neto, Giba e Tosin.


Um dos clubes onde trabalhou como técnico foi a Portuguesa.



Obs.: A foto em que aparecem os jogadores do Corinthians foi retirada da revista Placar e a outra, do site oficial da Portuguesa.

08 fevereiro 2007

Gérson Caçapa

Nome: Gérson Cândido de Paula
Data de nascimento: 1º./06/1967
Clubes que defendeu: Palmeiras, Bari(ITA), Fenerbahçe(TUR), Istanbulspor(TUR), Lecce(ITA), Atlético Paranaense e União São João.


Futebol de Ontem - Como surgiu o apelido ‘Caçapa’?
Gérson – Quando eu fui fazer um teste nas categorias inferiores do Palmeiras, o treinador Etore Marchetti falou que o meu jeito era muito parecido com o do Caçapava, que jogava na época no Internacional. Nós dois éramos volantes, tínhamos as mesmas características. Um dia, o Sr. Etore me disse: “Caçapava já tem um. Vou te chamar de Caçapa”. Aí o apelido pegou.


Futebol de Ontem - Você foi o jogador que mais atuou pelo Palmeiras quando o Ênio Andrade foi o técnico. Quais as lembranças que você tem dele?
Gérson – As melhores possíveis. O Sr. Ênio sempre foi uma pessoa íntegra, que me ajudou muito. Ele também ajudou outros jogadores, como o Edu Manga e o Denys. Nós três éramos novos e estávamos surgindo. Só tenho que falar coisas boas do Sr. Ênio. Uma pessoa excepcional e muito boa. No dia-a-dia, era uma pessoa amiga. Quando tinha que dar uma ‘dura’, dava na hora certa. Foi um dos melhores treinadores que eu tive. Graças a Deus, eu tive a oportunidade de ser treinado por ele.


Futebol de Ontem - Seu auge no Palmeiras foi a final do Campeonato Paulista de 1986, quando a Internacional de Limeira ficou com o título. Você recebeu alguma orientação especial do técnico Carbone antes da última partida?
Gérson – A expectativa era das melhores para aquele jogo. O Carbone me orientou para que eu jogasse tranqüilo e fizesse o que eu sabia, que era jogar com muita força e com simplicidade. Eu estava muito tranqüilo e com vontade de ganhar. Infelizmente, não pudemos ganhar. Só fomos comemorar em 1993, quando o Palmeiras foi campeão.


Futebol de Ontem - No começo de julho de 1989, você disputou sua última partida pelo Palmeiras e se transferiu para o Bari, que havia acabado de subir à primeira divisão italiana. Você não ficou preocupado em mudar para essa equipe?
Gérson – Um pouco de temor, sim. Mas sempre com aquela vontade, com aquela ansiedade de um garoto de apenas 20 anos, que se transferia para uma equipe profissional da Itália. Para mim, foi uma oportunidade muito boa. Graças a Deus, eu sempre tive boa cabeça e fui bem instruído pelos profissionais que estavam no Palmeiras, como o Sr. Márcio Papa e o Sr. Nicola Racciopi. Todo mundo ali me ajudou muito. Ficou fácil. No Bari, encontrei outra família. Os jogadores eram excepcionais. Até hoje tenho contato com as pessoas da cidade, onde minha filha nasceu. Foi coisa de Deus, que me abençoou.


Futebol de Ontem - Durante sua passagem pela Itália, você sofreu com o racismo?
Gérson – Por incrível que pareça, não. Graças a Deus, nunca sofri com isso. O Gullit teve problema quando jogava no Milan.


Futebol de Ontem - Em 1998, você ajudou o Atlético Paranaense a conquistar o título estadual. Isso não acontecia desde 1990. Este é o momento da sua carreira que você guarda com mais carinho?
Gérson – Posso dizer que sim, mas tive outros momentos bons no próprio Palmeiras e na Itália. No Atlético, tive uma outra família. O Abel Braga, que é uma pessoa excepcional, foi meu treinador. Devo muito a ele. É uma pessoa fantástica, é ‘coração’. Dá dura na hora certa. Está com você para o que der e vier. Nossa equipe era muito boa. Tínhamos o Lucas, o Warley, o Reginaldo Cachorrão, que depois foi para o São Paulo, e o Edinho Baiano, que já havia atuado pelo Palmeiras. O grupo era muito bom. Tinha também o Cocito e o Gustavo, que agora está no Corinthians. Aconteceram muitas coisas boas lá.


Futebol de Ontem - No início dos anos 90, você atuou pelo Fenerbahçe. As semanas anteriores aos clássicos diante do Galatasaray eram diferentes das outras?
Gérson – Bastante. Não era fácil disputar aquele clássico. Felizmente, nunca perdi para o Galatasaray, que era uma equipe muito forte. Foram jogos fantásticos. Havia uma ansiedade muito grande.


Futebol de Ontem – O que você está fazendo atualmente?
Gérson – Eu estou empresariando jogadores e lutando também para ser treinador. Pretendo fazer estágios com alguns treinadores que trabalharam comigo, como o Leão. Daqui a pouco estou aí para ajudar algumas equipes.



Gérson e seus companheiros do Palmeiras, em maio de 1988.





Na Itália, vestindo a camisa do Bari.



Agradecimento: a Piero Caçapa, filho de Gérson.
Obs. 1: A foto em que aparecem os jogadores do Palmeiras foi retirada da revista Placar e a outra, do site
www.solobari.it .
Obs. 2: Após a entrevista, Gérson citou três pessoas importantes de sua vida: a esposa Mônica e os filhos Piero e Carolina.

02 fevereiro 2007

Zé Mário

Nome: José Mário de Almeida Barros
Data de nascimento: 01/02/1949
Clubes que defendeu: Bonsucesso(RJ), Flamengo, Fluminense, Vasco e Portuguesa


Futebol de Ontem - Sua carreira profissional teve início no Bonsucesso. Logo, você se transferiu para o Flamengo. Você se surpreendeu com o interesse do clube Rubro-Negro?
Zé Mário - De início, sim. Mas eu tinha feito um bom campeonato pelo Bonsucesso no ano anterior e tinha ganho passe livre na justiça, por falta de pagamento. Era a chance de o Flamengo pegar um jogador sem ter muita despesa.


Futebol de Ontem - Um dos cinco gols que você marcou pelo Flamengo foi justamente contra o Bonsucesso. Você se lembra da sua reação após o gol?
Zé Mário - Eu estava com 38 graus de febre e pedi para sair no intervalo do jogo. Mas o Joubert, que era o técnico, pediu para que eu continuasse. Após o gol, comemorei bastante, porque foi o gol que nos deu a condição de disputar a final e de ser campeões. Comemorei o gol independentemente do adversário.


Futebol de Ontem - Durante a carreira de jogador, você atuou por três times considerados grandes do Rio de Janeiro: Flamengo, Fluminense e Vasco. Nos três, você foi campeão carioca. Com qual destes clubes você mais se identificou?
Zé Mário - O Flamengo foi meu primeiro time grande e me deu a oportunidade de ganhar títulos, que era uma coisa com que eu estava acostumado no juvenil do Fluminense e no futebol de salão. O Flamengo também me deu a oportunidade de conhecer o Zico, meu grande amigo, afilhado, irmão e tudo mais. Em 1974, tínhamos uma equipe formada por jogadores novos e alguns experientes. Éramos uma família. Também convivi com outros jogadores maravilhosos, como Paulo César Caju, Júnior e Paulinho, que já era meu amigo no Bonsucesso. No Fluminense, meu time de coração, tive o prazer de participar do fabuloso time da ‘Máquina’, a original. Dizem que a ‘Máquina 2’ era melhor , mas nenhuma cópia é melhor do que a original. Joguei também com jogadores de alta qualidade. No Vasco, também fizemos uma equipe muito boa em 1977. Tínhamos uma equipe bem unida. Éramos como irmãos, decididos a marcar a história do Vasco. Também tínhamos jogadores maravilhosos. Dediquei-me ao clube durante quatro anos. O presidente Agartino me deu muita força. Ele confiava em mim e eu, nele. Portanto, com todos os clubes eu me identifiquei bastante. Tenho certeza de que todos os torcedores ficaram satisfeitos comigo. E eu, com eles. Realmente tive um prazer muito grande em participar dessas equipes.


Futebol de Ontem - Embora você não tenha jogado pelo Botafogo, foi lá que começou sua carreira de técnico. Como surgiu esse convite?
Zé Mário - Eu estava parando de jogar e fui convidado para ser o treinador da Portuguesa carioca, pelo sogro do Guina e pelo ex-médico do Vasco, que era vice-presidente da Portuguesa. Aceitei e comecei a carreira ali. Passados uns dois meses, pedi para sair, pois os problemas financeiros eram muito grandes e não dava mais para continuar. Nesse mesmo dia, fui procurado pelo Heron Beresfor e pelo goleiro do Vasco, Jair Eraldo, que era amigo do Heron. Eles me perguntaram se eu gostaria de ser o treinador do Botafogo. Eu tinha lido no noticiário que o Félix deveria ser o treinador do Botafogo e perguntei ao Heron sobre isso. A resposta foi a seguinte: se eu não aceitasse, eles procurariam outro nome. Mas garantiram que o Félix não seria o treinador. Aí sim aceitei conversar com a diretoria do Botafogo. E acertamos. Sempre digo para todos que o que me ajudou a ser técnico de uma equipe grande, imediatamente após o encerramento da carreira, foi a imagem que deixei de um jogador sério, responsável e cumpridor das minhas obrigações. O Botafogo foi a minha grande chance e a minha grande escola como treinador. Aprendi em um ano e alguns meses o que eu precisaria de uns dez anos na profissão. Conheci rapidamente e muito bem o outro lado do futebol. Agradeço muito ao Luiz Fernando Maia, ao Heron e ao Juca Mello Machado pela oportunidade.


Futebol de Ontem - A última equipe em que você jogou foi a Portuguesa. Antes, você só havia atuado no futebol carioca. Como foi essa mudança do Rio de Janeiro para São Paulo?
Zé Mário - Foi difícil. No meu primeiro dia na Portuguesa, que era o meu time de coração em São Paulo, um repórter da rádio me fez a seguinte pergunta: “Você é mais um carioca que veio apenas tirar dinheiro da Portuguesa?”. Aí respondi: “Pelo visto, sou melhor profissional e mais bem educado do que você. Deixe passar alguns dias e você verá quem sou eu”. Passados alguns meses, esse mesmo repórter já me adorava. Tive uma boa passagem pela Portuguesa. Todos me respeitaram muito. Adoro a Portuguesa.


Futebol de Ontem - Você foi técnico de uma categoria de base da seleção iraquiana, em 1986. Houve algum contato entre o Saddam Hussein e você?
Zé Mário - Com o Saddam, não. Mas trabalhei direto com o filho dele, o Udei. Não foi fácil. Chamei-o de maluco, porque eu não tinha idéia do que ele poderia ter feito comigo. O maluco fui eu. Ele queria descontar dois dias do meu salário, porque fevereiro tinha só 28 dias. Mas ele acabou pagando os 30. Não entendi a conta dele.


Futebol de Ontem - Em 1995, você se tornou técnico da seleção da Arábia Saudita, que havia chegado às oitavas-de-final da Copa do Mundo no ano anterior. Devido a esse desempenho inédito da equipe, você foi muito cobrado pela federação do país?
Zé Mário - Trabalhar na seleção da Arábia Saudita é uma loucura. É muito príncipe querendo dar opinião. Prefiro trabalhar nos clubes de lá, pois tem menos interferência. Sou muito respeitado na Arábia Saudita e gosto muito do país.


Futebol de Ontem - Foi no Figueirense, em 2005, que você trabalhou pela última vez como técnico. Você pretende voltar a treinar algum time neste ano?
Zé Mário - Não consigo trabalhar sem saber se vou receber ou não o meu salário no fim do mês. Trabalhar para dizer que estou trabalhando e mendigar meu próprio salário no final do mês é muito para mim. Sem falar na falta de respeito da torcida, da imprensa e da diretoria. Ninguém respeita o treinador no Brasil. Recentemente, o Zico falou sobre isso quando lhe perguntaram se ele tinha vontade de ser treinador no Brasil. Trabalhei 26 dias no Figueirense. A equipe estava em último lugar e os jogadores diziam que treino era treino e, por isso, não precisavam correr. Aí vi porque estavam em último. Para voltar a trabalhar no Brasil vou ter que esperar um bom tempo, até que arrumem a casa. Os estranhos ao futebol estão tomando conta dos clubes, porque é muito dinheiro que rola sem ter prestação de contas. Nem o governo recebe prestação de contas. Noventa por cento dos clubes brasileiros estão falidos e só não fecham as portas porque estão no Brasil. Aqui, o profissional do futebol, de uma maneira geral, é o que menos ganha dinheiro hoje. Antigamente, os dirigentes faliam ao colocar o dinheiro da família e das suas empresas dentro dos clubes. Hoje, os dirigentes estão fazendo fortuna e os cubes estão falidos.



Zé Mário na 'Máquina Tricolor', em companhia de Paulo César Caju e Rivellino.


Conquistando mais um título. Desta vez, com a camisa do Vasco.



Obs.: As fotos foram retiradas do site oficial de Zé Mário.