31 janeiro 2007

Ivair

Nome: Bento do Amaral Sabino Júnior
Data de nascimento: 01/07/1959
Clubes que defendeu: São Paulo de Avaré(SP), União Bandeirante(PR), Atlético Paranaense, XV de Piracicaba, Mogi Mirim, Bragantino, Ponte Preta, São Carlense(SP), XV de Jaú e Santo André


Futebol de Ontem - Seu nome é Bento do Amaral Sabino Júnior, mas você ficou conhecido como ‘Ivair’, por ser parecido com um jogador que tinha esse nome e que atuou pela Portuguesa. Quem deu o apelido a você?
Ivair - Foi o ‘Seu’ Walter, técnico do dente-de-leite do Juventus.


Futebol de Ontem - No ano passado, o União Bandeirante(PR) encerrou suas atividades, alegando dificuldades financeiras. Este foi o segundo clube de sua carreira profissional. Como foi sua reação ao saber disso?
Ivair – É muito triste, porque lá eu aprendi demais com o técnico Nélson Desordi.


Futebol de Ontem - Você foi campeão paulista de 1990, atuando pelo Bragantino. Sem contar as duas partidas finais, qual o momento daquela campanha que mais te marcou?
Ivair - Dois jogos que fizemos com o Palmeiras deram toda a certeza de que o time tinha condições de chegar. Na época, o Palmeiras tinha uma seleção.


Futebol de Ontem - Durante a sua carreira, você atuou sempre no meio-campo?
Ivair – Sim. Eu era meia-direita e depois passei a ser volante.


Futebol de Ontem – Atualmente você é auxiliar técnico do Adílson Batista no Jubilo Iwata(JAP). Desde quando vocês trabalham juntos?
Ivair – Trabalho com o Adílson desde 2001, quando estivemos juntos no Mogi Mirim.


Futebol de Ontem - O Adílson e você chegaram a se enfrentar quando eram jogadores?
Ivair - Jogamos um contra o outro em 1990. O Bragantino, que era a minha equipe, venceu o Cruzeiro por 3 a 0.


Futebol de Ontem - Você pretende voltar a trabalhar como técnico? Em quais clubes você exerceu esse cargo?
Ivair - No momento quero aprender mais. Já tive duas boas experiências como técnico: no Iraty(PR) e no Metropolitano de Blumenau(SC).



Ivair é o terceiro jogador agachado (da esquerda para a direita). Este grupo do Atlético Paranaense foi campeão estadual em 1983.



Foto de Ivair no guia do Campeonato Paulista de 1992, produzido pela revista Placar. Naquele ano, o jogador estava no Bragantino.



Agradecimento: à Gabriella Sabino, filha de Ivair.
Obs.: A foto em que aparece o time do Atlético Paranaense foi retirada do site oficial do clube.

28 janeiro 2007

Sorlei

Nome: Sorlei Mulari Crudzinski
Data de nascimento: 13/09/1973
Clubes que defendeu: Coritiba, Operário de Mafra(SC), Fluminense, São Paulo, Guarani, ABC(RN), Vila Nova(GO), Bragantino e Portuguesa Santista


Futebol de Ontem - Você encerrou a carreira precocemente. Quando isso aconteceu e qual foi o motivo?
Sorlei - Parei de jogar em 2002, aos 28 anos, devido aos vários problemas que tive no joelho direito e pelas dificuldades para entrar em forma.


Futebol de Ontem - Na sua opinião, qual foi o melhor jogador que atuou com você na zaga?
Sorlei - Acho que foi o Sangaletti, mas o Lima também foi um parceiro inesquecível.


Futebol de Ontem - Em 1995, você foi campeão carioca, atuando pelo Fluminense. O título foi conquistado graças ao gol de barriga do Renato Gaúcho contra o Flamengo, perto do final da partida. Essa vitória (3 x 2) é a que você guarda com mais carinho na sua memória?
Sorlei – É o título mais importante da minha vida profissional. Por ter sido o primeiro e por ter sido conquistado no Maracanã.


Futebol de Ontem - Ainda em 1995, o Fluminense fez uma bela campanha no Campeonato Brasileiro. Na primeira partida semifinal, sua equipe venceu o Santos por 4 a 1. Porém, você recebeu um cartão amarelo e ficou suspenso para o jogo de volta, quando o Santos obteve a famosa vitória por 5 a 2 no Pacaembu. Você conversou com os seus companheiros no dia desta segunda partida?
Sorlei – Eu nem fui a São Paulo, porque não quiseram me levar. Não sei o motivo. Não nos falamos após o segundo jogo, pois todos entramos em férias.


Futebol de Ontem - Você enfrentou o São Paulo no Campeonato Brasileiro de 1996, no Morumbi, atuando pelo Guarani. Naquele mesmo ano, você já havia defendido o São Paulo. Seu time acabou ganhando por 1 a 0. Essa vitória teve um gosto especial para você?
Sorlei – Teve, pois eu estava em forma novamente. No São Paulo, não tive a pré-temporada e as coisas não foram muito boas pra mim lá. Pude mostrar que, em forma, eu era um bom zagueiro.


Futebol de Ontem - Em 2001, você treinou durante um período no Bragantino para recuperar a forma, mas resolveu voltar para o Fluminense. Por que você não ficou muito tempo no Bragantino?
Sorlei - Joguei umas 5 partidas pelo Bragantino, mas, nos três meses em que fiquei no clube, não recebi um mísero centavo. Por isso, resolvi ir embora. O Fluminense não aceitou o meu retorno. Acho que foi o ‘Seu’ David Fischel (presidente do Fluminense na época) quem não quis.


Futebol de Ontem - O Coritiba, equipe onde você começou a carreira, esteve muito perto de voltar à primeira divisão do Campeonato Brasileiro em 2006. Quais são suas expectativas para este ano?
Sorlei – O Coritiba já começa errado pelo presidente, que não aceita nenhuma sugestão de fora. Ele centraliza tudo e faz várias besteiras: começando pelos treinadores escolhidos e pelas diversas contratações erradas, feitas desde o ano passado. Acho que, como está tudo ruim, a molecada poderia jogar no campeonato estadual. O clube poderia ver se sai algum bom jogador das categorias menores. O Henrique é um ótimo zagueiro. Aliás, o Gionedis (presidente do Coritiba) já arrumou confusão com ele. Acho difícil o ‘Coxa’ subir neste ano.


Futebol de Ontem - Como tem sido sua vida desde que sua carreira de jogador chegou ao fim?
Sorlei – Está uma beleza. Pretendo ser treinador de futebol e logo farei um curso.


Parte do time do Fluminense em 1995.



Sorlei com a camisa do Guarani.



Obs.: A foto em que aparece parte do time do Fluminense foi retirada da revista Placar. A outra foi cedida pelo jogador.

20 janeiro 2007

André Cruz

Nome: André Alves da Cruz
Data de nascimento: 20/09/1968
Clubes que defendeu: Ponte Preta, Flamengo, Standard Liège(BEL), Napoli, Milan, Torino, Sporting, Goiás e Internacional


Futebol de Ontem - Sua carreira profissional começou na Ponte Preta, que caiu para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro no ano passado. Você já pensou em ser técnico ou dirigente do clube para tentar melhorar a atual situação?
André Cruz – Técnico, não. Diretor, sim. Mas para isso é preciso conversar.


Futebol de Ontem - Depois de jogar pela Ponte, você assinou contrato com o Flamengo. Como foi mudar de uma cidade do interior de São Paulo (Campinas) para o Rio de Janeiro? Você se adaptou rapidamente?
André Cruz - Não tive problema, porque já conhecia o Rio, a ‘Cidade Maravilhosa’. Pelo menos era (maravilhosa). Minha adaptação foi muito boa. O grupo era muito bom e ajudou bastante.


Futebol de Ontem - O primeiro gol que você marcou pelo Flamengo aconteceu justamente no clássico diante do Vasco. Você se lembra do lance?
André Cruz - Sim, me lembro. Na minha carreira, fiz muitos gols em goleiros importantes e em equipes importantes.


Futebol de Ontem - Você foi um ótimo cobrador de faltas. Houve algum jogador que serviu de inspiração para você?
André Cruz - Meu ídolo é o Zico, mas tive a oportunidade de jogar com o Gilmar Popoca, na Ponte. Eu me inspirei nele, porque batíamos na bola da mesma maneira.


Futebol de Ontem - Em 1989, você disputou vários jogos pela seleção. Inclusive, foi campeão da Copa América. Por que você acha que não foi convocado para a Copa do Mundo no ano seguinte?
André Cruz - Fiquei quase um ano sem contrato com a Ponte, porque o presidente não quis renovar comigo, me emprestar ou me vender. E a Ponte tinha caído para a 2ª. divisão do Campeonato Paulista. Mesmo assim, eu era convocado pelo Lazaroni. Mas acabei perdendo ritmo de jogo e, com os zagueiros que o Brasil tinha, ficou difícil para mim.


Futebol de Ontem - Entre 1990 e 2002, você atuou somente no futebol europeu. Nesse período, houve algum momento em que você pensou em voltar para o Brasil?
André Cruz - Sim. O primeiro ano na Bélgica foi terrível, mas consegui me adaptar. Depois, algumas vezes passou pela minha cabeça a idéia de voltar, mas lá é melhor.


Futebol de Ontem - Quando você retornou ao Brasil para jogar pelo Goiás, qual foi a primeira coisa que te chamou a atenção no futebol daqui?
André Cruz - O calendário, as viagens longas, o ritmo diferente e as confusões de dirigentes.


Futebol de Ontem - Atualmente, você tem uma escola de futebol em Campinas. Você costuma dar aulas ou apenas administra?
André Cruz – Não costumo dar aulas. Vou para lá algumas vezes. Tenho viajado bastante para ver jogos. Como não moro em Campinas, fica um pouco difícil para ir sempre.



Em pé, da esquerda para a direita: André Cruz, Taffarel, Jorginho, César Sampaio, Aldair e Dunga; agachados: Edmundo, Juninho Paulista, Roberto Carlos, Leonardo e Sávio.



Cobrando pênalti contra a Internazionale, com a camisa do Milan.



Obs.: As fotos foram retiradas do site oficial de André Cruz.

10 janeiro 2007

Odair

Nome: Odair Patriarca
Data de nascimento: 18/04/1963
Clubes que defendeu: São Bento, Flamengo(PI), Ponte Preta, Figueirense, Rio Branco(SP), Novorizontino, Palmeiras, Sport, Marília, Juventude, Bragantino, Vila Nova(GO) e Montes Claros(MG)


Futebol de Ontem - Quando e como surgiu o apelido 'He-Man'?
Odair - Surgiu devido ao meu corte de cabelo, que era muito parecido com o do personagem do desenho da TV. Depois de um jogo do Campeonato Paulista, em Rio Preto, eu estava no vestiário e um repórter de rádio foi falar comigo. Disse que, no vestiário da equipe adversária, tinha um jogador que queria falar com o He-Man, ao vivo. O jogador era o Candinho, irmão do Paraná. Os torcedores da Ponte, que era o time onde eu jogava, estavam escutando o rádio e começaram a me chamar de 'He-Man'.


Futebol de Ontem - Atualmente, existe algum lateral-direito que tenha um estilo parecido com o seu?
Odair - Hoje o lateral nem existe mais, devido às mudanças táticas. O lateral passou a ser ala. Eu já fazia essa função, mas com uma diferença: eu marcava e apoiava. Devido ao meu limiar, 19, eu tinha esta facilidade. Atualmente, o ala que tem estas características é o Rafinha, que joga no Schalke 04, da Alemanha. O Dunga deve estar de olho, devido à carência. Se não aparecer ninguém, o Elano é quem deve assumir a posição.


Futebol de Ontem - Sua carreira profissional começou no São Bento, de Sorocaba. Você gosta de acompanhar os jogos da equipe? E em relação ao novo técnico, o Rincón: ele foi uma boa contratação?
Odair - Comecei no São Bento em 1975. Permaneci por lá até 1985. Acompanho o time, sou torcedor e tenho um carinho especial. Quanto ao Rincón, o tempo é o melhor remédio, pois não se pode cobrar alguém que está iniciando a carreira. Temos que conhecê-lo primeiro. Na verdade, seria uma falta de ética da minha parte analisá-lo, pois hoje também faço o mesmo trabalho. Mas torço para que ele tenha muito sucesso.


Futebol de Ontem - Em 1990, você ajudou o Novorizontino chegar à final do Campeonato Paulista. Antes do início da competição, você acreditava que o time poderia ir tão longe?
Odair - Chegar à final com um time grande e que tem uma história pode até ser mais fácil. Mas o futebol tem essa bela característica: nem sempre o melhor vence. Quando fui contratado pelo Novorizontino em 1990, por empréstimo, ouvi a seguinte pergunta do técnico Nelsinho Baptista, que também estava chegando comigo: "O que viemos fazer aqui nesta cidade (Novo Horizonte)?". Repeti a pergunta para ele antes de disputarmos a final, que foi a primeira que reuniu dois times do interior. Foi maravilhoso. Não imaginávamos no início que chegaríamos a uma final.


Futebol de Ontem - No Palmeiras, você foi treinado por Telê Santana, que havia pedido sua contratação. Como era sua relação com ele?
Odair – Telê Santana foi o técnico com quem trabalhei por menos tempo. Mas aprendi muito mais com ele do que com outros. Era um homem de caráter, digno de ser chamado de 'Mestre Telê'. Tivemos uma relação tão boa que ele me deu um apito de presente e disse: "Crie teu perfil e seja melhor que eu". Quando cheguei ao Palmeiras, o Telê falou para mim e para toda a imprensa: "O Odair é um jogador pronto". Ele tirou da lateral o Édson, que era capitão do time, para que eu pudesse jogar. E eu fiquei jogando. Para mim, foi muito importante esta confiança. O Telê me ensinou, em pouco tempo, muita coisa que marcou.


Futebol de Ontem - Pouco antes da Copa América de 1991, você chegou a disputar um amistoso pela seleção brasileira. Porém, não foi convocado para disputar a competição. Isso foi uma decepção ou você imaginava que ficaria de fora da lista?
Odair - Todo sonho de um atleta profissional é chegar no auge, que é a Seleção Brasileira. Eu cheguei e jamais fiquei decepcionado com nada. Meu nome ficou marcado na CBF. Quando eu era garoto, ninguém falava que eu seria um profissional. Jogar duas vezes pela seleção e ver meu nome na lista dos melhores do momento foi gratificante. Sou grato a Deus por tudo. Também sou grato ao Dr. Eduardo A. Vieira, com quem fiz um tratamento que me ajudou a me tornar um atleta profissional. Atingi uma estatura melhor, crescendo 13cm aos 18 anos de idade. Quando me vi em Chicago, com a seleção brasileira, só pude mandar um postal para ele, dizendo: "Obrigado, Doutor. Cheguei até aqui". E é isto o que importa: eu cheguei. Decepção, nunca.


Futebol de Ontem - Você já fez estágios de técnico no Bayern de Munique, no Bayer Leverkusen e na Roma. O que mais te chamou a atenção em cada um destes clubes europeus?
Odair - Todos marcaram pela organização e pelo profissionalismo fora de campo. Tudo é planejado e nada fica no meio termo. O Brasil é pentacampeão dentro de campo, mas ainda temos que aprender muita coisa fora do mesmo com eles.


Futebol de Ontem - Qual foi o último clube onde você trabalhou?
Odair - Meu último clube foi o Atlético Sorocaba, onde trabalhei como auxiliar técnico. Estudo propostas para 2007.


Futebol de Ontem - Conte para nós uma história curiosa que você viveu como jogador.
Odair - Aconteceu em Novo Horizonte. Estávamos na pré-temporada, em 1990, para iniciar aquela campanha maravilhosa, que terminaria na final caipira, contra o Bragantino. O técnico Nelsinho Baptista marcou treino para às seis da manhã. Dentro do planejamento do preparador Flávio Trevisan, haveria a famosa caminhada. Naquela época do ano, chovia quase todos os dias em que saíamos para treinar. Tínhamos que correr 12 km, por dentro de um canavial. E chuva que Deus mandava! Não dava nem para ver o chão de tanta enxurrada. O Luís Carlos Goiano, o Édson Pezinho e eu, que estávamos na frente, deparamos com uma vaca. Ela começou a correr, pensando que estávamos correndo atrás dela. Assustada, inverteu a situação e passou a correr atrás de nós. Então, o Goiano e o Pezinho pularam uma cerca de arame farpado. Nessa de pular na corrida, o Goiano ficou enroscado no arame e rasgou toda a perna. A vaca veio para cima de mim e, se não fosse um buraco, tinha me mandado para bem longe, pois caiu nele na hora de me chifrar. Até hoje damos muita gargalhada quando contamos isso. Imagine quando chegamos e contamos para o Trevisan e o Nelsinho: mais risos.


Odair é o segundo jogador que está em pé, da esquerda para a direita. Junto com ele, estão grandes nomes, como: César Sampaio, Evair e Edu Marangon.


Rudi Völler (campeão da Copa do Mundo de 1990 pela Alemanha Ocidental, como jogador), Odair e Franz Beckenbauer (campeão da Copa do Mundo duas vezes pela Alemanha Ocidental: em 1974, como jogador, e em 1990, como técnico).



Obs.: As fotos foram retiradas do blog de Odair.

07 janeiro 2007

Início

Olá! Meu nome é André Lacerda, sou formado em Propaganda e Marketing pela ESPM e sou colunista do site Trivela.com. Neste blog, vou entrevistar ex-jogadores de futebol. Espero que todos vocês gostem! Grande abraço!